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17.06.2022

Festa de Corpus Christi

Em Castelo, Dom Luiz Fernando celebra a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo com dezenas de milhares de fiéis. Lei declara festa como Patrimônio Cultural Imaterial


Após dois anos paralisada a tradicional festa de Corpus Christi da Paróquia Nossa Senhora da Penha, no município de Castelo, voltou a ser realizada. Em sua 59ª edição, a festa a colheu novamente dezenas de milhares de fiéis que vieram prestigiar os tapetes confeccionados à mão.

Considerada uma das mais belas do país, a festa reúne mais de 3 mil voluntários que passam a noite do dia anterior pavimentando 1,5 km das ruas e avenidas do centro da cidade com toneladas de materiais. Ao fim, verdadeiras obras de arte a céu aberto recepcionam todos que chegam para participar.

 

Festa da Solidariedade

Participando pela segunda vez, mas sendo a primeira com a festa liberada ao público, o bispo diocesano Dom Luiz Fernando Lisboa percorreu todo o trajeto dos tapetes manuais, conferindo um a um. Às 16h ele presidiu a santa missa de encerramento da Festa de Corpus de Christi. Junto a ele os freis agostinianos da Paróquia Nossa Senhora da Penha, demais presbíteros da Diocese, diáconos e uma multidão que participava da Celebração Eucarística campal.

O bispo, em sua homilia, elogiou a beleza da festa, mas ressaltou que a Solenidade de Corpus Christi não é uma festa de ostentação, mas de servidão ao próximo.

“Vou repetir porque isso é muito forte. Jesus não pode abençoar a nossa mesa se nós guardamos o nosso pão e o nosso peixe. Alimentar-se da Palavra e da Eucaristia necessariamente nos leva a partilha do que somos e do que temos. Cristo aceita as nossas homenagens e estes bonitos tapetes que confeccionamos para ele passar. Como são bonitos os tapetes, eles transmitem uma mensagem, não só da festa da Eucaristia em si, do corpo de Cristo, mas olhar para a nossa realidade, para a nossa sociedade.”

Fazer memória aos desaparecidos, homenagear os mortos pela Covid, saudar os profissionais da saúde que tanto se expuseram, reavivar a luta contra o preconceito são também manifestações presentes na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo segundo Dom Luiz Fernando. A Festa deve ser celebrada, mas a maior manifestação deve ser em prol dos irmãos e irmãs.

“Cristo aceita nossas homenagens e esses bonitos tapetes, mas ele quer ser servido e reverenciado, sobretudo naqueles que sofrem. Ele disse: ‘tudo o que fizerdes a um destes irmãos mais pequeninos, é a mim mesmo que o fareis’. Na festa de Corpus Christi nós somos convidados a enxergar Cristo nos corpos, sobretudo daqueles que mais sofrem. Cristo está ali”, destaca o bispo diocesano.  

Dom Luiz Fernando também fez uma ressalva durante sua fala: ele fez memória ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillip, mortos na Amazônia. “O único pecado deles foi defender a vida dos povos originários e defender a nossa casa comum. Eles eram defensores da vida, mesmo sendo incompreendidos e injustiçados fizeram muito mais e muito melhor do que aqueles que tem obrigação de fazê-lo ”.  O bispo recebeu uma grandiosa salva de palmas.

A festa teve seu encerramento tradicional com a procissão por cima dos tapetes artesanais e fogos em homenagem ao Cristo vivo. 

 

Patrimônio Cultural Imaterial

Na quarta-feira, véspera da festa, o governo do estado sancionou uma lei (de autoria do deputado Dr. Emilio Mameri) declara a festividade de Castelo como Patrimônio Cultural Imaterial do Espírito Santo.

A Festa de Corpus Christi do município de Castelo é celebrada desde o ano de 1963, acontecendo anualmente. Com os anos e com o reconhecimento nacional e internacional, a festa passou a ter uma programação que se estendia desde o dia anterior, mobilizando milhares de fiéis e cidadãos em prol do coletivo religioso e cultural.

 

Imagens: Pascom N. Sra. da Penha - Castelo

 

 

 

 

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