Artigo

Dom Paulo Bosi Dal’Bó

VISITA AD LIMINA APOSTOLORUM E MISSÃO

Por Dom Paulo Bosi Dal’Bó

 

A visitação é uma atitude de ir ao encontro por razões diversas. Para o cristão é algo mais: é levar ao irmão à experiência do Reino e acolher as realidades encontradas à luz da vida nova em Cristo. Ser cristão é pôr-se a caminho, em meio a regiões montanhosas, apressadamente, para encontrar e servir (cf. Lc 1,39-45).

A Igreja é o Povo de Deus a serviço do Reino, peregrina pelos caminhos estreitos deste mundo. Ser missionário é vocação de cada cristão que acolhe com amor a Semente da Boa Nova semeada por Nosso Senhor. Batizados e enviados, somos a Igreja de Cristo: Una, Santa, Católica e Apostólica (CIC, n. 811). Naturalmente arderá a chama da missão em nosso peito, estimulando-nos a irmos ao encontro do outro (DGAE, n. 188).

Jesus assim ordenou aos seus apóstolos e ordena a cada discípulo missionário que foi evangelizado: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Nós que abraçamos a fé, recebemos do próprio Jesus Cristo, o mandato missionário. Ele é o missionário do Pai por excelência – andava por todas as aldeias, vilarejos e cidades, acolhendo a todos e anunciando a Boa Nova de salvação. Sua missão foi salvar a humanidade redimida na cruz. Durante sua vida terrena, chamou e atraiu homens e mulheres para anunciar essa salvação a todos os povos.

A Igreja, nestes tempos pastoreada pelo Papa Francisco, pertence ao grupo dos discípulos chamados e enviados para serem testemunhas do Ressuscitado e do amor redentor, até os confins da terra (cf. At 1,8). Ser missionário é ser conquistado por Cristo e apaixonado pela mensagem de salvação. Iluminada pelo Espírito Santo, a Igreja anunciou de forma criativa e eficaz o Reino de Deus, vencendo desafios e convidando os povos à conversão no decorrer dos séculos.

A missão continua! Hoje, somos exortados a viver em uma Igreja em constante saída, atenta às periferias existenciais e a todas realidades na Comunidade e fora dela. Uma Igreja que se mistura com a lama e a poeira, que saiu para anunciar o Evangelho; que tenha pastores com o cheiro das ovelhas, evangelizando com alegria (EG, n.49). A Igreja de Jesus deve sempre se lembrar de tomar a iniciativa de ir ao encontro para testemunhar a fé cristã com a vida e a palavra.

Nos últimos anos, buscou-se criar nas Igrejas Particulares dos Regionais Leste 2 e 3 uma cultura missionária por meio da iluminação bíblica que nos desperta para a missão, em comunhão com o Magistério. Nele, encontramos textos para formação dos fiéis, fazendo do nosso cuidado pastoral um cuidado missionário, pois a missão é condição vital para a Igreja, o máximo desafio e a primeira de todas as causas (EG, n. 15).

Logo, houve o investimento nos Conselhos Missionários e na missão ad gentes, o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), com ênfase para que todas as comunidades sejam de fato missionárias, a fim de garantir sua identidade cristã, bem como a valorização dos espaços de missão e da pessoa no seu encontro com o Senhor. Toda a pessoa tem o direito de conhecer Jesus Caminho, Verdade e Vida e, depois de evangelizada, tem o dever de levá-lo aos irmãos e irmãs.

Estar em visita Ad Limina é um verdadeiro reabastecimento espiritual e pastoral, e ao mesmo tempo estar de prontidão na Igreja-Mãe para, logo em seguida, como Maria, sair apressadamente para a missão (Lc 1, 39). O Papa nos recorda que, ao sair da sua povoação, para ir ajudar Isabel, Maria revela a “dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e decaminho para os outros”, o que “faz d’Ela um modelo eclesial para a evangelização” (EG, 288).

Pedimos sua maternal intercessão para que as Igrejas Particulares do Espírito Santo e de Minas Gerais vivam e testemunhem o Evangelho da Alegria em constante saída e prontidão.