Notícias

06.12.2018

Escatologia do Amor

Dissertação do Pe. Rogério Guimarães será publicada pela Editora PUC-Rio


No final deste mês de dezembro, o Padre Rogério Guimarães de Almeida Cunha, Chanceler e Moderador da Cúria Diocesana, estará sendo acolhido pelos fiéis de Venda Nova do Imigrante como Pároco Solidário da Paróquia São Pedro Apóstolo, juntamente com o Padre Antônio Tatagiba Vimercat.

 

E foi o Pe. Rogério Guimarães quem recebeu uma grande notícia esta semana: Ele foi comunicado que sua dissertação de mestrado, defendida no ano passado, foi premiada.

 

“O Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUC-RIO inicia neste ano uma série para premiar as melhores teses e dissertações defendidas a cada ano. A premiação oferece a publicação da tese/dissertação pela Editora PUC-Rio. Na primeira edição, que avaliou trabalhos defendidos em 2017, tive a alegria de saber que uma dissertação de mestrado orientada por mim foi premiada, a de Rogério Guimarães de Almeida Cunha, hoje doutorando no mesmo PPG. Ele trabalhou a escatologia presente na reflexão trinitária de Jürgen Momann, que ele chamou de 'escatligia do amor'”, escreveu o professor da PUC, Dr. Cesar Kuzma, em seu perfil de rede social.

 

 

Escatologia do Amor

 

Com o título “A Escatologia do Amor: a esperança na compreensão trinitária de Deus em Jürgen Moltmann”, o trabalho “é o estudo da escatologia de J. Moltmann a partir da sua compreensão de Deus na história do sofrimento do mundo e na história do sofrimento solidário de Deus por este mundo”.

 

“Amor é o conceito cristão de Deus como Trindade que Se move a partir do Seu futuro em direção à Sua criação. Trata-se do Deus Amor que sofre (como Deus) solidariamente no sofrimento de Sua criação. O Deus cristão não é apático, imóvel, mas amor. Este amor fundamenta a esperança, esta que é característica fundamental da fé cristã. A partir da passagem da escatologia de um discurso informativo para um discurso performativo, esta pesquisa aponta o dado biográfico da teologia de J. Moltmann e a implicação deste dado na compreensão de Deus desde o Evento Pascal de Cristo, que reflete o pathos divino na cruz de Cristo, solidário na situação de abandono e morte do homem, o sim de Deus a este Crucificado pela sua ressurreição e a irrupção em curso de seu futuro por obra do Espírito Santo.”

 

“Desde esta perspectiva, a existência cristã como informada pela esperança se fundamenta nesse amor revelador de Deus. Esta pesquisa parte da pergunta por Deus e pela esperança em J. Moltmann, segue aprofundando a compreensão moltmanniana de Deus e reflete o enunciado escatológico desta compreensão de Deus como Trindade, cujo amor convidativo liberta, transforma e integra, caracterizando a fé cristã e sua práxis como um dado escatológico”, explica o resumo da dissertação escrita pelo sacerdote.

 

 

Comunhão com Deus

 

O próprio presbítero falou um pouco sobre o seu trabalho, realizado sob a orientação do professor Dr. Cesar Kuzma, contou da reflexão realizada sob a perspectiva do amor de Deus e o motivo da escolha do autor:

 

“Esta nossa pesquisa visa tratar da escatologia do amor. Com este tema entendemos o estudo da esperança na compreensão de Deus em J. Moltmann, este Deus que no Evento Pascal de Cristo é revelado como Trindade, como Amor que padece, liberta e transforma. Trata-se de um estudo da escatologia de J. Moltmann (nosso objeto material) a partir de sua compreensão de Deus na história do sofrimento do mundo e na história do sofrimento solidário de Deus por este mundo (nosso objeto formal). É na revelação de Deus como Amor que o cristianismo encontra o sentido do seu ser no mundo como esperança, e é nesta esperança informada pelo amor que a fé cristã se abre ao diálogo com todos os saberes que postulam esperanças no horizonte da humanidade”.

 

“Escolhemos este autor por se tratar de um grande teólogo contemporâneo, que tornou biográfica a sua teologia, e que influenciou e influencia a reflexão teológica em todo o planeta. Nosso teólogo mantém convicta postura ecumênica, aliada a uma perspicaz teologia que desinstala qualquer discurso de sua segurança conceitual, e é salutar teologizar com esse incômodo. Sua compreensão de Deus não tangencia a desconcertante pergunta por Ele em meio ao sofrimento, de modo que Deus e homem são profundamente tocados nesta realidade de dor. A revelação da Trindade no Evento Pascal de Cristo, como Amor que padece, liberta e transforma, e a esperança que brota deste fundamento do Amor contribuem para uma vivência ativa diante da ferida aberta da humanidade, que é o sofrimento e o mal apesar de Deus e do anseio de vida do homem, pois sobre essas realidades não pairam a indiferença de Deus, nem a indiferença de quem é impulsionado pela esperança que se fundamenta na comunhão aberta e convidativa desse Deus”.

 

 

 

 

 

Banca examinadora da defesa ocorrida em 31/03/2017, da esquerda para a direita: Prof. Dr. Geraldo Luiz De Mori (Faje), Prof. Dr. Cesar Kuzma - orientador (PUC-Rio) e Profª. Dra. Lúcia Pedrosa de Pádua (PUC-Rio)

 

 

Mais Notícias