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13.04.2021

58ª Assembleia da CNBB

Pela primeira vez em formato online, bispos do Brasil se reúnem entre os dias 12 a 16 de abril


 

Foi aberta na manhã dessa segunda-feira (12) a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro que reúne todo o episcopado brasileiro ocorre, pela primeira vez na história, de forma virtual, por conta da pandemia da Covid-19. Um desafio imposto pelo contexto atual e que exige aprendizado de ferramentas e suporte técnico para os ajustes que se fazem necessários no início dessa experiência nova.

 

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, abriu oficialmente o encontro às 8h, no horário de Brasília. “Este caminho é de grande importância, é o ponto alto do coração do serviço eclesial prestado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Somos desafiados a abrir o coração e a vivenciarmos esse caminho sob as luzes de Cristo ressuscitado, guiados e movidos pela ação do seu Espírito Santo”, motivou dom Walmor.

 

Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de nossa Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, está participando, sendo esta sua primeira participação como bispo integrante da CNBB. Um dos temas importantes que será discutido durante a assembleia, de importante impacto em nossa região, é a discussão da criação do novo Regional Leste 3, que será composto pelas quatro dioceses do Espírito Santo.

 

1º Dia

“O povo de Deus sofre com a doença e a fome” é o título da análise da conjuntura social e política apresentada ao episcopado brasileiro na sessão da tarde de segunda-feira. A apresentação foi conduzida pelo bispo de Carolina (MA), Dom Francisco de Lima Soares, coordenador do grupo de Análise de Conjuntura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

 

A análise apresentada priorizou três temas: pandemia, economia e política brasileira. Dom Francisco frisou que trata-se de um texto oferecido aos bispos como uma leitura de especialistas das Pontifícias Universidades Católicas do Brasil organizados no grupo de análise da CNBB para subsidiar os pastores na leitura e compreensão da realidade brasileira.

 

Crise sanitária e crise econômica

A análise apontou que os países mais bem-sucedidos no enfrentamento à pandemia superaram a dicotomia entre crise sanitária e crise econômica. “Sem resolver a crise sanitária não haverá superação da crise econômica”, disse. Segundo a análise, as experiências bem-sucedidas apontam que é impossível controlar a pandemia sem a manutenção de investimentos públicos e fomento à economia, com renda para as famílias e pequenos negócios, essenciais para a adesão das pessoas às práticas de isolamento social.

 

O Brasil, segundo o bispo de Carolina (MA), vai na contramão das experiências mais bem-sucedidas de combate à Covid-19. “Os indicadores econômicos e a conjuntura política apontam na direção de aprofundamento da crise econômica e sanitária. Fome, miséria e desesperança também matam. E podem matar tantos ou mais do que a Covid-19. A crise social salta aos olhos, em especial nas periferias das grandes cidades”, apontou a análise.

 

Dois indicadores confirmam a análise: a inflação no mês de fevereiro, medida pelo IPCA – índice que considera as cestas de consumo das famílias brasileiras – subiu a 5,2% em 12 meses e a taxa de desocupação por faixa etária no Brasil. O bispo chamou a atenção para o número que dá conta de que 35 milhões de pessoas, com idade entre 25 e 39 anos, estão sem emprego.

 

 

 

 

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