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27.01.2022

O Vídeo do Papa

Discriminação e Perseguição Religiosa é o tema abordado no primeiro vídeo de 2022. Para o Santo Padre, perseguição por causa de sua fé é algo inaceitável!


Duas em cada três pessoas sofrem perseguição por causa de sua fé: “É inaceitável!” – diz o Papa Francisco. 

O Vídeo do Papa inicia seu sétimo ano compartilhando a intenção de oração que o Francisco confia à Igreja Católica por meio da Rede Mundial de Oração do Papa. A edição de janeiro acaba de ser publicada com uma mensagem forte a favor da liberdade religiosa e das pessoas que sofrem discriminação. O Santo Padre convida todas as pessoas a escolherem o caminho da fraternidade. "Porque, ou somos irmãos, ou todos perdemos”. E, para isso, é fundamental acabar com tantas restrições que muitas pessoas encontram ao querer professar sua fé.

Para despertar a atenção dos governos do mundo, o Vídeo do Papa – que este mês recebe o apoio de Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), uma organização internacional católica de caridade e fundação pontifícia cuja missão é ajudar os fiéis onde quer que sejam perseguidos, oprimidos ou estejam necessitados, através da informação, oração e ação – reforça a ideia de que nas sociedades em que vivemos e nos desenvolvemos, há de florescer o reconhecimento dos direitos e da dignidade que todos temos pelo fato de sermos pessoas.

 

Minorias religiosas e perseguições

Em sua primeira intenção de oração de 2022, o Francisco abre com duas perguntas diretas e incisivas que clamam por resposta: “Como é possível que hoje muitas minorias religiosas sejam discriminadas? Como permitimos que as pessoas sejam perseguidas simplesmente por professar publicamente sua fé?" De fato, de acordo com o “Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo” publicado pela ACN em abril de 2021, a liberdade religiosa é violada em um terço dos países do mundo, onde vivem cerca de 5,2 bilhões de pessoas. O mesmo relatório afirma que mais de 646 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa não é respeitada.

Da mesma forma, desde 2020 tem sido denunciado uma quantidade de minorias étnicas e religiosas, especialmente as de origem muçulmana, que não desfrutam de plenos direitos de cidadania nos países em que vivem.

 

A liberdade religiosa como base da paz

É uma questão que merece atenção, como destaca Thomas Heine-Geldern, Presidente Executivo da ACN International: “Embora seja impossível saber a quantidade exata, a nossa pesquisa indica que dois terços da população mundial vivem em países onde há violações da liberdade religiosa, de uma forma ou de outra. Surpreendente? Não, essa situação vem crescendo há séculos, a partir das raízes da intolerância, passando pela discriminação, até a perseguição. Acreditamos firmemente que o direito de ser livre para praticar ou não qualquer religião é um direito humano fundamental que está diretamente relacionado à dignidade de cada pessoa. Pode parecer óbvio, mas mesmo quando os direitos humanos estão na boca de todos, a liberdade religiosa geralmente tem uma existência obscura. Mas esse direito é o ponto de partida de toda a nossa missão. Como podemos defender os direitos da comunidade cristã se não defendemos primeiro o direito universal? A religião é manipulada repetidamente para provocar guerras. Na ACN, lidamos com isso todos os dias. A defesa do direito à liberdade religiosa é a chave para expor a realidade desses conflitos. As comunidades religiosas desempenham um papel central quando “nada funciona” política ou diplomaticamente nas regiões de guerra e crise do mundo. O mundo deve estar ciente de que as perspectivas de uma coexistência pacífica serão sombrias se a liberdade de religião ou de crença não for respeitada como um direito humano fundamental baseado na dignidade humana de cada pessoa”.

 

Caminhos de fraternidade: acolher as diferenças dos demais

O Papa lembra que a liberdade religiosa está ligada ao conceito de fraternidade. E para começar a percorrer os caminhos da fraternidade que Francisco tanto insiste há anos, é necessário não só respeitar o outro, o próximo, mas valorizá-lo genuinamente «na sua diferença e reconhecê-lo como verdadeiro irmão». Para o Santo Padre, “como seres humanos temos tantas coisas em comum que podemos viver juntos acolhendo as diferenças com a alegria de ser irmãos”. Sem levar em conta  essa premissa, o caminho para a paz e a convivência comum será possível.

 

Pe. Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, comentou sobre esta intenção: “O Papa Francisco nos deu uma bússola com sua encíclica Fratelli Tutti, sobre a fraternidade humana. Como ele também disse em sua mensagem para o primeiro Dia Internacional da Fraternidade Humana, ‘hoje a fraternidade é a nova fronteira da humanidade. Ou somos irmãos ou destruímo-nos uns aos outros.’ Por isso, é importante reconhecer o que fere a fraternidade, poder curá-la e evitar que se traduza em discriminação e perseguição religiosa, como tantas vezes acontece, principalmente contra os cristãos. Rezemos por esta intenção de oração com  todo o nosso coração: ‘para que todas as pessoas que sofrem discriminação e perseguição religiosa encontrem nas sociedades onde vivem o reconhecimento dos seus direitos e da dignidade que provém de ser irmãos’”.

 

 

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