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17.11.2022

A cripta da Catedral de São Pedro

Conheça a história de Dom Luiz Gonzaga Peluso, Bispo sepultado na Catedral de São Pedro


 

O que é a morte? Momento de dor, de luto, de despedida para sempre da vida como nós a conhecemos.
Embora a dor do luto seja inevitável, para os católicos, a morte é considerada apenas uma passagem para a eternidade.
 
Muitos não sabem, mas, no subterrâneo da torre oeste da Catedral de São Pedro, em Cachoeiro de Itapemirim, repousa os restos mortais de Dom Luiz Gonzaga Peluso. O local traz em si uma lembrança, além de encantos, que vale a pena conhecer.
 
Dom Luiz faleceu, segundo laudos médicos, por falência múltipla dos órgãos, no dia 7 de novembro de 1993, quando tinha 86 anos. Seu corpo corruptível não pôde ser velado na Catedral pois, no mesmo ano de sua partida, o teto da igreja, forrado com gesso e fechado com grandes quadros de madeira que traziam em si belas imagens de passagens da bíblia, caiu em razão de desgastes provocados pela ação do tempo, de cupins e do grande movimento de veículos na rua da Igreja.
O velório foi na igreja Nossa Senhora da Consolação, no Guandú. Mas foi sepultado na cripta da Catedral de Cachoeiro do Itapemirim, local ainda hoje preservado. Isso ocorreu porque seu exemplo de vida e de santidade, já que renunciou seu eu para levar Cristo a todas as gentes, lhe transformou numa figura importante para a fé católica sul capixaba, ou seja, deixou um legado, de fidelidade a Cristo, que é Deus, a ser lembrado.

Sobre a vida de Dom Luiz Gonzaga Peluso podemos dizer, em síntese, que nasceu em Bragança Paulista-SP no dia 8 de julho em 1907 e foi ordenado sacerdote no dia 25 de outubro de 1931. Foi nomeado como segundo Bispo de Lorena pelo Papa Pio XII em 1946, recebendo a ordenação episcopal no dia 18 de agosto de 1946, quando adotou, em sua vida, o lema: ‘Ipse firmitas mea’ (Ele é a minha firmeza).
No ano de 1959, o Papa João XXIII o nomeou Dom Luiz Gonzaga como bispo da Diocese de Cachoeiro do Itapemirim, quando participou do Concílio Vaticano II (1962-1965).
Em sua missão na Diocese podemos destacar a própria organização da entidade. Fazia questão de acompanhar pessoalmente todas as atividades, entre elas a revisão de todos os livros caixa de todas as Capelas diariamente. Além disso, todos os documentos do chamado “Governo Diocesano” (documentos da Santa Sé) eram, por ele, traduzidos e catalogados e posteriormente resumidos para serem repassados aos presbíteros.

Foi um grande incentivador das vocações. Frequentemente era avistado caminhando pelo Centro de Cachoeiro, sempre de batina e capelo (um tipo de chapéu não-litúrgico, do dia a dia, que ajuda a se proteger do sol). No ano de 1985 renunciou ao governo pastoral da Diocese e continuou a atuar como Bispo emérito. 

Dom Luiz faleceu, no dia 7 de novembro de 1993 às 7 horas da manhã na Santa Casa de Misericórdia. Sua história se confunde com a história da Diocese de Cachoeiro e, por isso, seu túmulo, já vazio pois sua alma já seguiu seu destino desde o fechar de seus olhos, permanece no subterrâneo da torre oeste da Catedral de São Pedro, o que nos motiva a, a cada dia, compreender nossos chamados, descobrir os talentos que Deus nos deu e, com isso, a renunciar nossas vontades para viver o projeto de Cristo em nossas vidas.

Acreditamos que Dom Luiz combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé (2 Timóteo 4: 7). Por isso, embora sua alma esteja junto do Pai, a lembrança de seu exemplo permanece no local onde mais deu os frutos de seus talentos.

Sua história de vida nos motiva e sua lembrança restou eternizada no subterrâneo da torre oeste da Catedral de São Pedro onde, todos nós, podemos visitar.

 

 

 

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