Artigo

Rafael Bozzi Pimenta de Sousa (Seminarista Propedeuta – Bom Pastor)

MUITO MAIS QUE UM JUMENTINHO, MUITO MAIS QUE UMA CRUZ

Por Rafael Bozzi Pimenta de Sousa (Seminarista Propedeuta – Bom Pastor)

 

“Não temas, filha de Sião, eis que o teu rei vem montado num jumentinho!” (Jo 12, 15).
 

A liturgia da Igreja é riquíssima. A Semana Santa culmina na Páscoa, o principal período da Igreja. Nela vivemos a paixão, morte e ressurreição de Jesus. O Domingo de Ramos e da paixão do Senhor dá início à Semana, na qual se vive a humildade e a simplicidade de Jesus, mas, ao mesmo tempo, sua realeza transcendental. Em um segundo momento, meditamos a significativa entrega de Jesus na Cruz.

A celebração do Domingo de Ramos está dividida em dois momentos importantes, o primeiro, com a procissão, no qual se lê e se medita o evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém; já o segundo, ao chegar à Igreja, com uma liturgia que permite meditar a Paixão de Jesus, sendo o primeiro momento da semana que rezamos a Paixão de Jesus no Evangelho segundo Marcos, e só depois na sexta-feira, a Paixão segundo João.

A liturgia da Semana Santa gira em torno de um contexto teológico da Paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A celebração do Domingo de Ramos consegue mostrar como parte do povo, que acolheu Jesus em Jerusalém, foi influenciado a fazer parte da multidão que gritou “Crucifica-o” no Pretório de Pilatos.

Na liturgia do Domingo de Ramos, vemos Jesus se fazendo simples e humilde mais uma vez. Ele, por maior que o seja, quis fazer esse ato desafiante diante dos poderosos da época, montado em um jumento, que significa paz, e não em em um cavalo, que simboliza guerra, ou em uma mula, que é ligada à realeza. Além de paz, o jumento significa simplicidade e força, por ser o animal que o homem do campo usava e tinha para o trabalho. Jesus, com sua sabedoria imensa, mostra que, mesmo sendo o Rei dos reis, é possível se fazer pobre para estar com eles e por eles.

A Cruz está no centro da liturgia do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, porque, como o jumentinho é símbolo de paz, a Cruz é sinal de doação, amor e perdão. Que na Cruz de Jesus, especialmente na sexta-feira da Paixão, encontre-se a glória e a esperança da ressurreição que Ele nos promete.

Preparemos, pois, o coração para que, neste Domingo de Ramos, que é a porta de entrada para a Semana Santa, busquemos o perdão por meio  de nossa contrição pessoal, e louvar nosso Salvador e Redentor com: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel!”.

Da mesma forma que Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém, que Ele entre em nossos corações. Estejamos atentos aos sinais que Ele nos propõe nesta semana de maior interiorização espiritual.