Sob o impulso do Espírito Santo de Deus, e também, Ipse Firmitas Mea et Spes, ou seja, Ele é Minha Firmeza e Esperança , lema episcopal de Dom Luiz Gonzaga Peluso (primeiro bispo diocesano de Cachoeiro de Itapemirim) e ainda respirando os ares do Concílio Vaticano II, cuja reunião Dom Luiz participou ativamente, esse Pastor decidiu criar o Diaconato Permanente na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, sendo uma das primeiras dioceses no Brasil que tomaram essa iniciativa no início da década de 1980.
É bom deixar registrado que a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim foi criada em 16 de fevereiro de 1958 pelo Papa Pio XII e na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo de 1984, esta Sé Episcopal ganhou seus primeiros 18 diáconos permanentes.
Muitos desses homens de fé já se encontram na Casa Paterna e deixaram sementes que começaram a brotar no rincão do Sul do Estado do Espírito Santo.
E a convite da Escola Diaconal Santo Estevão, a equipe liderada por Kelvyn Matuan, Marcelo Garruth e Gustavo Carvalho Lins foram, literalmente, a campo em busca de alguns testemunhos de fé, história e fatos peculiares de cinco diáconos permanentes.
Dentre dos fatos narrados pelos diáconos Jerso Fiório, José Carlos Moysés Turbay, João Baptista de Vasconcellos Ribeiro, José Ladeira das Chagas e Luiz Machado.
A partir da criação da Diocese e a decisão de Dom Luiz Gonzaga Peluso, por uma necessidade pastoral da circunscrição eclesiástica, toma-se essa importante decisão de retomada do diaconato permanente. Cremos que Dom Luiz ouviu a voz do Senhor que disse: Duc in altum em sua versão popular significa “avançar para águas mais profundas”. Foi dito pelo Senhor a Pedro e companheiros, naquela noite em que nada haviam conseguido pescar.
Diante da necessidade pastoral da Diocese de Cachoeiro e por convocação de Dom Luiz, alguns homens aceitaram participarem da preparação para distribuição da eucaristia, dada pelo próprio bispo diocesano, e dado um encontro Dom Luiz convida esse grupo se aceitariam a participar da formação para o diaconato permanente.
Após a decisão de Dom Luiz em criar na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim o diaconato permanente, designou como primeiro responsável o religioso Padre Gino Zatelli (Congregação dos Jesuítas) e no período de 3 (três) anos e meio, com reuniões semanais aconteceram as reuniões e formações ocorridas na Igreja Catedral, juntamente com as esposas.
Importante frisar que para a ordenação de diácono permanente, deve haver a autorização da esposa.
À época não havia uma diretório de formação para o diaconato permanente, mas foi a partir do documento Lumem Gentium que foi o primeiro passo para essa retomada.
Os diáconos
- Em grau inferior da hierarquia estão os diáconos, aos quais foram impostas as mãos «não em ordem ao sacerdócio mas ao ministério» (109). Pois que, fortalecidos com a graça sacramental, servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da palavra e da caridade. É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Baptismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimónio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios da caridade e da administração, lembrem-se os diáconos da recomendação de S. Policarpo: «misericordiosos, diligentes, caminhando na verdade do Senhor, que se fez servo de todos» (110).
Como porém, estes ofícios, muito necessários para a vida da Igreja na disciplina actual da Igreja latina, dificilmente podem ser exercidos em muitas regiões, o diaconado poderá ser, para o futuro, restaurado como grau próprio e permanente da Hierarquia. As diversas Conferências episcopais territoriais competentes cabe decidir, com a aprovação do Sumo Pontífice, se e onde é oportuno instituir tais diáconos para a cura das almas. Com o consentimento do Romano Pontífice, poderá este diaconado ser conferido a homens de idade madura, mesmo casados, e a jovens idóneos; em relação a estes últimos, porém, permanece em vigor a lei do celibato.
Antes da ordenação diaconal aconteceu um retiro com os diáconos que seriam ordenados. Retiro orientado por Dom Luiz Gonzaga Peluso.
A ordenação ocorreu no dia 25 de novembro de 1984, na Igreja Catedral de São Pedro, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Frisa-se que os diáconos foram os primeiros da Província Eclesiástica do Espírito Santo, e talvez do Brasil, pois ouviu-se dizer de ordenação dos primeiros diáconos permanentes na Colômbia pelo Papa São João Paulo II.
Com a ordenação desses primeiros homens, esses auxiliaram os padres na administração dos sacramentos do Matrimônio e Batismo que eram muitos. No caso dos casamentos, esses eram realizados à noite, e muitos sacerdotes já ocupados com outros afazeres pastorais, os diáconos eram designados na assistência e administração desse Sacramento.
Além da administração dos Sacramentos, os diáconos auxiliaram na implantação das primeiras comunidades eclesiais de base na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, a partir da vinda de Dom Luiz Macilha Vilela ss.cc. como novo bispo diocesano.
Rendemos graças a Deus pelo SIM desses homens de fé e do consentimento de suas esposas para estarem à serviço do Reino de Deus e dos irmãos diocesanos.
Deus os abençoe e suas famílias. Amém.