A…Deus Francisco

A…Deus

Francisco, ô Francisco, que falta o senhor fará. Com nome de Papa seu registro foi preenchido em um Alegre distante. O tempo, senhor de si, tratou de fazê-lo conhecido como Chebel, esposo da D. Inês, mas agora, parece-me que Francisco, nome papal, deveria ser a referência mais viva entre o povo de Deus nesta despedida.

Dos endereços mais fixos onde poderia encontra-lo, onde rezei ao coração, estão o seu antigo escritório de contabilidade; sua residência e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha, reflexo de toda uma Paróquia. Agora, temos mais um, os corações de quem te ama. É Francisco, na residência o senhor não pôde voltar, despediu-se sem se despedir; do escritório o que ficou foi sua mesa, para lembrarmo-nos de suas sábias anotações, e a devoção silenciosa a São Mateus, quem sabe (Padroeiro dos Contadores), que inclusive o ampara junto à Virgem Maria neste dia (dia de unirmos a devoção Mariana à Festa de São Mateus, sinais sutis de Deus); e na Igreja, bom, ela será seu último refúgio, de dia e de noite, até o amanhã. Como se reza nas Laudes, assim será contigo: “Desde aurora, ansioso vos busco!”

Ô Francisco, nesses lugares o senhor criou seus filhos e filhas, no chão destes lugares o senhor se deitou, fosse para pegar um papel caído debaixo do balcão, no gesto mais simples; fosse para brincar como um grande pai menino de coração puro e sorriso largo; fosse para levantar um diácono da Igreja que antes o via como um ministro da Eucaristia e um bom cidadão… . Quem é que vai distribuir um sorriso como o do senhor? Quem é que irá falar mansamente sobre Maria, Mãe de Deus, com tamanha solicitude e paz interior, seja para os congregados, seja para o povo de Deus, seja na calçada de qualquer rua e praça? Quem é que irá abençoar com tamanha singeleza? Quem irá estar nas comunidades com imensa presteza? Quem se porá a servir na mesa Eucarística, com imenso zelo? Não se preocupe, descanse o senhor muito ensinou com seu testemunho. É Francisco, o senhor irá nos fazer muita falta! É diácono, o senhor nos fará imensa falta!

Nas Aves Marias entoadas do coração, reza e vela uma Igreja inteira suplicante de sua ida ao Céu. Reza e vela uma Paróquia inteira, afinal, quem o conheceu sabe do valor que sempre deu à unidade: “Um só corpo!”, o de Cristo é claro. O restante nos será dado por acréscimo, afinal, como canta a música: “O povo de Deus foi assim…”, as vezes devoto, as vezes apressado…e o senhor ali, sempre esperançoso. Os que por suas mãos receberam as bênçãos dos Sacramentos do Batismo e do Matrimônio, se curvam diante de sua humildade. Os que ouviram sua voz, anunciando a Palavra de Deus, sabem da sua serenidade. Ô Francisco, o senhor nos fará falta! Ô Diácono o senhor fará muita falta!

Mas antes de nos despedirmos, antes do último abraço enlutado, é preciso dizer que a Virgem Mãe do Salvador, “à porta do Céu”, lhe espera. Espera seu filho amado, quem ela sabe que não mediu esforços para dela falar; para ela amar; para com ela rezar. Ô Francisco, na malinha, azul mariana, do senhor, tem muito espaço, porque daqui o senhor pouco leva: a túnica, a estola, o caráter de quem amou e combateu até o fim. Leve então, um abraço aos Monsenhores e àqueles que fizeram seu caminho por aqui, sejam eles, leigos, padres, bispos.

De verdade, o senhor deixa imensa saudade em forma de amor. Deixa entre nós uma linda história de amor pela vida, pela Virgem Maria, por São Francisco de Assis, por nosso Senhor Jesus Cristo.

Vá em paz! Rezaremos sempre juntos!

 

Registro.

Esta simples mensagem é dedicada ao Diácono Francisco Chebel e sua família; um Teófilo; inseparável pai e diácono, um amigo-avô, que o bom Deus me concedeu acompanhar em seus últimos dias. Agradeço a D. Inês, aos filhos e filhas essa oportunidade e graça. Seu último olhar, quando não mais podia receber Jesus Eucarístico, no leito do hospital foi de piedade. Tive a graça de ter Irmã Teresinha (Filha de Nossa Senhora do Monte Calvário) comigo e juntos, no calvário da vida, rezarmos uma das suas ultimas comunhões (espirituais). Deus o receba, meu amigo-avô. Ajudai-me no meu caminho, como sempre o fez, com seus conselhos, sua docilidade e paz.

Adryan Macedo Rangel

Compartilhar Post:

Autor:

Adryan Macedo Rangel

Últimas notícias