Na noite desta terça-feira, 27 de maio, o Colégio Jesus Cristo Rei se uniu em emoção e fé para prestar uma última homenagem à Irmã Otília, figura querida e inesquecível para toda a comunidade escolar. A homenagem, marcada por orações, lembranças e carinho, aconteceu em clima de despedida, mas também de profunda gratidão por tudo o que a religiosa representou para gerações de alunos, professores e colaboradores da instituição.

Conhecida por sua presença afetuosa e constante nas dependências da escola, Irmã Otília era vista não apenas como uma religiosa, mas como parte essencial da rotina e da alma do colégio. Diariamente, logo nas primeiras horas da manhã, ela estava presente para acolher as crianças com sorrisos, bênçãos e abraços. “As crianças realmente a amavam demais”, lembra a professora Fabiana Santana da Silva Olmo. “Ela abraçava, acarinhava, abençoava. Tinha uma adoração verdadeira por cada um ali.”

A homenagem, segundo a professora, surgiu de forma espontânea diante da triste notícia do falecimento. “A gente sabia da condição delicada da irmã, mas nunca estamos prontos para a partida”, contou Fabiana. “Foi tudo muito no improviso, mas cheio de verdade e emoção. O padre celebrou um momento muito tocante pela manhã, e depois permitimos que os alunos também participassem, falassem um pouco sobre o que ela significava para eles.”

O tributo foi marcado por depoimentos de alunos, mensagens de amor e lembranças afetuosas. As crianças falaram sobre os gestos simples que se tornaram inesquecíveis: o abraço caloroso, o sorriso acolhedor, as palavras de fé antes de uma prova ou nos dias difíceis. “Ela dizia: ‘Vai passar, meu filho. Eu vou rezar por você’. E aquilo bastava para acalmar os corações”, lembra um o estudante, Diógenes Grifes Machado, 17 anos, um dos mais antigos do colégio.

Embora a Irmã Otília também tenha dedicado grande parte de sua vida ao trabalho na Santa Casa, sua atuação no Colégio Jesus Cristo Rei deixará marcas profundas. “A missão dela era cuidar dos doentes, sim, mas sua acolhida ia além dos corredores da Santa Casa. Ela cuidava das nossas crianças com o mesmo carinho, com a mesma fé. Ela era presença, era luz entre nós”, afirmou a professora Fabiana.

O colégio, agora, enfrenta o desafio de seguir em frente sem a presença física da irmã, mas com o coração cheio de ensinamentos. “Neste primeiro momento, sei que vamos demorar para compreender o que significa essa ausência”, disse a educadora, visivelmente emocionada. “Mas vamos seguir ajoelhando, orando, pedindo que Deus dê saúde às outras irmãs para continuarem essa missão tão bonita. A Irmã Otília nos ensinou, com a própria vida, que tudo passa, menos o amor.”

A homenagem deixou claro que, embora ausente fisicamente, a Irmã Otília permanece viva no cotidiano do colégio — nos corredores onde ela caminhava, nos portões onde acolhia os alunos, nas palavras que deixou ecoando no coração de cada um.

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