- Kewin Cabral Rodrigues Santos
- Seminarista Propedeuta – Bom Pastor
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5,3).
Por muito tempo, pensou-se que, para falar de Deus precisava, ser doutor em teologia. No entanto, hoje, sabemos que é uma necessidade pastoral que os clérigos falem a linguagem do povo. As nossas 1.040 comunidades eclesiais de base se localizam, em sua maior parte, na zona rural. Esse povo, humilde e trabalhador, com certeza, prefere que seja utilizada uma linguagem adaptada à vida deles.
Muitos padres já fazem isso, utilizando a “colheita do café” em suas homilias. E isso é lindo, pois traz o evangelho para o cotidiano, para a vida do povo rural. Antes de falar os termos teológicos, os padres precisam adaptar esses termos para a linguagem simples e humilde do povo, fazendo-os, assim, integrantes e participativos de todos os momentos da vida da Igreja.
Por outro lado, alguns ainda acham que, para falar de Deus, precisam saber todos os termos teológicos, porém sabemos que, antes de falar de Deus, é preciso fazer uma experiência com Ele. O nosso povo está sedento! Todavia, de quê? Sedento de amor! Diante disso, nossos pastores devem ser aqueles que amam, perdoam e levam esse alimento da vida a todo esse povo sedento de amor, que desfruta da palavra de Deus, que é amor.
A Palavra de Deus nunca muda, mas sempre se renova. É do interesse do povo que essa palavra seja dita para fortalecer a caminhada de todos, cada um vivendo o seu dia a dia com essa palavra sendo germinada no seu íntimo.
São Mateus, no capítulo cinco, no versículo três, nos diz que “os pobres em espírito são bem-aventurados porque deles é o reino dos céus”. Isso nos confirma que, para falar de Deus, precisa-se, primeiro, fazer uma experiência com Ele. Existem inúmeras pessoas espalhadas em nossas diversas comunidades eclesiais de base que nunca fizeram faculdade de teologia, mas falam de Deus como se fosse um familiar ou um amigo bem próximo. É justamente isso que fortalece as comunidades, pois partilham o agir de Deus em seu cotidiano.
Deus é o nosso melhor amigo. Quando o barco da vida começa a balançar, nós corremos, primeiramente, para perto Dele. E Ele, com seu amor infinito de Pai, atende-nos, acolhe-nos e nos fortalece em nossa missão. Então, por que não falar Dele como se realmente fosse esse nosso “chegado” ou esse nosso melhor amigo?
Continuemos a nos inspirar no exemplo de Jesus de Nazaré, que falava do Pai com simplicidade e profundidade, tornando a mensagem acessível a todos. Que possamos levar a palavra de Deus ao cotidiano do povo, e que essa palavra seja fonte de esperança, amor e força para todos aqueles que a ouvem.
Acesse o arquivo: Artigo Kewin – ADAPTAÇÃO DA LINGUAGEM TEOLÓGICA À VIDA DO POVO (1)