A quarta-feira, 12 de novembro, foi um dia de intensa participação para os representantes da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém (PA). A agenda incluiu momentos de diálogo inter-religioso, reflexão pastoral, debates sobre justiça climática e celebração dos 69 anos da Cáritas Brasileira, reunindo representantes da Igreja do Brasil e do mundo em torno do compromisso com o cuidado da Casa Comum.

A Diocese de Cachoeiro é representada por Ana Cláudia da Silva Costa, presidente da Cáritas Diocesana; Rayane Espolador de Almeida, coordenadora de projetos da Cáritas; e José Arcanjo Nunes, coordenador diocesano da Pastoral da Ecologia Integral. O grupo integra a delegação da Cáritas Espírito Santo, que participa ativamente dos espaços de debate e construção coletiva da conferência, fortalecendo a presença da Igreja Católica nos temas socioambientais globais.

Pela manhã, os representantes participaram dos Diálogos Inter-religiosos, realizados na Catedral Anglicana de Belém, um dos espaços oficiais da COP30. O encontro reuniu lideranças de diferentes tradições religiosas, bispos e representantes de organizações internacionais, que refletiram sobre o enfrentamento ao racismo ambiental, as violações de direitos e a necessidade de fortalecer a participação popular nos processos de decisão e cuidado ambiental.

“Escutamos a fala de diversos representantes de várias igrejas sobre como enfrentar o racismo ambiental, as violações de direitos e como fortalecer a participação popular. Foi um debate muito rico, com a presença de várias lideranças do Brasil e do mundo. Um momento importante de diálogo e escuta mútua”, relatou José Arcanjo, que destacou a dimensão espiritual e social do encontro.

Durante a tarde, os participantes acompanharam o Simpósio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o tema “A Igreja Católica na COP30: nos caminhos da ecologia integral”. O evento foi um dos marcos da presença da Igreja Católica na conferência e contou com a presença dos presidentes das cinco conferências episcopais dos cinco continentes, que apresentaram a realidade de cada região diante das mudanças climáticas.

“Foi um momento muito interessante, porque cada presidente compartilhou as experiências e desafios ambientais de seu continente. Percebemos que o problema é realmente global e já está causando consequências graves. As falas nos tocaram profundamente e nos alertaram sobre a urgência de agir”, afirmou Arcanjo.

O simpósio contou ainda com um debate entre especialistas em ecologia integral e sustentabilidade, coordenado por Dom Vicente Ferreira, bispo responsável pela Comissão Episcopal para Ecologia Integral e Mineração da CNBB. As discussões abordaram a necessidade de conversão ecológica, justiça climática e novas práticas pastorais que unam fé, ciência e compromisso social.

Encerrando a programação do dia, os representantes da Diocese participaram da celebração dos 69 anos de fundação da Cáritas Brasileira, realizada na Faculdade Católica de Belém. A noite começou com uma missa presidida por Dom Mário Antônio da Silva, arcebispo de Cuiabá e presidente da Cáritas Brasileira, e contou com a presença de delegações de diversas dioceses do país, além de representantes da Cáritas Internacional, Cáritas América Central e Caribe.

“Após a celebração, tivemos um momento de conversa, de partilha e confraternização. Foi um encontro muito bonito, com muitas pessoas das Cáritas diocesanas de todo o Brasil. Um momento de comunhão, de reafirmar nossa missão e celebrar a caminhada da Cáritas na defesa da vida e da dignidade humana”, contou o representante diocesano.

A participação da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim na COP30 expressa o compromisso da Igreja local com o cuidado da Casa Comum e com o Pacto pela Ecologia Integral, inspirado pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Si’. A presença dos representantes capixabas reforça a importância de unir fé, ciência e ação comunitária diante dos desafios globais das mudanças climáticas.

“Estar aqui na COP30 é uma alegria e uma responsabilidade. Representamos nossa Diocese e a Igreja no Espírito Santo neste espaço de diálogo, escuta e compromisso com a vida. Precisamos ser voz profética diante da crise climática e testemunhar que o cuidado com a criação é parte essencial da nossa fé”, concluiu José Arcanjo.

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