Santa Sara Kali, Padroeira dos Ciganos é celebrada em Mimoso do Sul

A Festa Cigana, em homenagem a Santa Sara Kali, aconteceu no último sábado, 24 de maio. A celebração de fé, no Dia Nacional do Cigano, contou a tradicional Missa Campal no acampamento cigano da Jana, em Mimoso do Sul. Com muita música, dança e exposição de artigos ciganos, a celebração acolheu a cultura, história e tradições da comunidade cigana local.

A celebração religiosa foi presidida pelo Vigário Paroquial da Paróquia São José, padre Clébson de Souza Rodrigues. “Sara Kali foi seguidora de Jesus. Há relatos de que foi jogada ao mar para que morresse de sede e de fome, mas por uma intervenção divina, após prometer devoção ao Senhor usando um lenço na cabeça durante toda a vida, em sinal de respeito, foi salva encontrando terra firme na costa francesa. A partir daí, Sara uniu-se ao povo nômade local e ajudou a todos que necessitavam de orientação e acolhimento”, explicou o religioso.

No local, os fiéis puderam conhecer um pouco da cultura e do acampamento cigano. “Essa Missa mostra para a população um pouco da cultura cigana. Nós somos um povo e temos uma cultura, mas, infelizmente, ainda existe muito preconceito contra nós. É falta de conhecimento e essa missa ajuda nisso. Somos um povo só”, afirma Francisco da Rocha (Xico), líder do acampamento cigano.

 

Santa Sara Kali

Santa Sara Kali é a santa padroeira do povo cigano e símbolo de fé, resistência e esperança. Sua história está envolta em mistério e tradição, sendo lembrada como uma mulher de origem egípcia que acolheu e ajudou os seguidores de Jesus quando chegaram à região da Camarga, no sul da França. O povo cigano a venera como aquela que compreende suas dores, lutas e esperanças. “Kali”, que significa “negra” em algumas línguas ciganas, faz referência à sua origem e à sua força espiritual.

Todo dia 24 de maio, milhares de ciganos e devotos se reúnem em peregrinação para homenageá-la, levando flores, velas e orações ao mar, onde a tradição diz que ela chegou.

O Padre Clébsom lembra que o povo cigano tem enfrentado perseguições e desrespeito à sua cultura ao longo da história, o que contribuiu para sua marginalização. “O Papa Francisco foi uma voz importante na defesa dos direitos dos ciganos, reconhecendo sua história, cultura e identidade nômade. Ele condenou a discriminação e o preconceito, e destacou os valores ciganos como a fé, a esperança e a fraternidade”, explicou o presbítero.

 

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Autor:

Diocese Cachoeiro

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