“… sede pastores com o «cheiro das ovelhas»” (Papa Francisco).
“Um pastor tem o cheiro [e a linguagem] das ovelhas.” Essa frase, tão simples e profunda, encapsula a essência da missão sacerdotal e a necessidade de um pastor estar intrinsecamente conectado ao seu rebanho. A propagação da fé, confiada aos apóstolos pelo próprio Cristo com a exortação “Ide, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15), continua a ser a tarefa primordial dos presbíteros nos dias de hoje. Eles são os herdeiros dessa missão divina de proclamar e preservar as verdades últimas da Boa Nova.
Santo Afonso Maria de Ligório, com sua sabedoria, reforça a importância da pregação: “É pela pregação que a fé se propaga, e é também pela pregação que o Senhor quer que ela se conserve”. Essa pregação, no entanto, não é meramente uma transmissão de doutrinas. Ela é um ato de amor, uma partilha de vida que só pode ser plenamente cumprida por um pastor que, de fato, “tem o cheiro de Deus e de suas ovelhas”.
O pastor que possui o cheiro de suas ovelhas é aquele que se aproxima, que conhece suas dores, suas alegrias, seus desafios e suas esperanças. Ele não se distancia, mas caminha lado a lado com seu rebanho, imerso em sua realidade. Sua linguagem não é a de um erudito que se expressa para impressionar, mas a de um pai que fala ao coração de seus filhos. Suas palavras são carregadas de consolo, conforto, alegria e felicidade nas coisas do Céu e não em termos complexos que obscurecem a mensagem divina.
É fundamental que a linguagem do pastor seja a linguagem do povo, e vice-versa, criando comunhão profunda com o próprio Cristo Jesus. Quando há essa união de corações e mentes, a mensagem do Evangelho ressoa de forma autêntica e transformadora. Não se trata apenas de conhecimento científico ou técnico, todavia da verdade eterna que nutre a alma e guia o caminho.
Súplicas devem ser feitas ao Senhor, para que conceda aos pastores corações ardentes, cheios de chamas e de verdadeiro fogo, inflamados pelo amor de Cristo. E que esse amor se irradie e contagie a todos, para que possam, como um novo Adão, reconhecer em si mesmos a potencialidade da graça divina. Que a Virgem Maria auxilie sempre as línguas e os corações dos sacerdotes e que abra os ouvidos e os corações de todos, para que estejam profundamente compenetrados no amor divino.
A missão do pastor é um chamado sublime, que exige entrega total e profunda conexão com Deus e com o povo. Somente assim a fé poderá ser verdadeiramente propagada e conservada, guiando a todos no caminho da salvação.
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