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16.10.2023

Dia Mundial da Alimentação: Papa divulga mensagem

O Papa Francisco disse que o tema deste ano convida-nos a compreender o valor insubstituível desse recurso


Celebrado em diversas partes do mundo no dia 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação busca refletir sobre o quadro atual da alimentação. A data está ancorada em quatro pilares: melhor nutrição, melhor produção, melhor ambiente e melhor qualidade de vida e foi escolhida para lembrar a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. 

A partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Dia Mundial da Alimentação de 2022 traz o desafio da redução das desigualdades, incluindo a segurança alimentar e nutricional no mundo. Em alusão à data, a Sala de Imprensa da Santa Sé publicou a mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Alimentação 2023.

No texto enviado ao diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, o papa Francisco disse que o tema deste ano “convida-nos a compreender o valor insubstituível desse recurso para todos os seres vivos do nosso planeta, do qual deriva a necessidade urgente de planejar e implementar sua gestão de forma sábia, cuidadosa e sustentável, para que todos possam usufruir dele”.

Por isso, continuou, “é essencial investir mais em infraestrutura, em redes de esgoto, em sistemas de saneamento e tratamento de águas residuais, especialmente nas áreas rurais mais remotas e esquecidas. Também é importante desenvolver modelos educacionais e culturais que conscientizem a sociedade sobre a necessidade de respeitar e preservar esse bem primário”.

“A água nunca deve ser vista como uma mera mercadoria, um produto a ser comercializado ou um bem a ser especulado”, disse o papa Francisco.

O papa disse ainda que o Dia Mundial da Alimentação 2023 “está sendo comemorado em um momento em que a miséria e o desespero não dão trégua a muitos dos nossos irmãos. Na verdade, os gritos de angústia e desespero dos pobres deveria despertar-nos da letargia que nos domina e desafiar nossas consciências”.

“A condição de fome e desnutrição que fere gravemente tantos seres humanos é o resultado de um acúmulo iníquo de injustiças e desigualdades que deixa muitos presos na sarjeta da vida e permite que alguns se estabeleçam em um estado de ostentação e opulência”, disse o papa.

Francisco também disse que “isso se aplica não apenas aos alimentos, mas também a todos os recursos básicos, cuja inacessibilidade para muitas pessoas representa uma afronta à sua dignidade intrínseca, dada por Deus. De fato, é um insulto que deveria fazer toda a humanidade se envergonhar e mobilizar a comunidade internacional”.

Depois de encorajar os esforços para garantir que a agricultura e as colheitas não contaminem a água, o papa apelou ao uso da ciência e da tecnologia para evitar “impactos negativos sobre os ecossistemas e danos irreversíveis ao meio ambiente”.

Depois de encorajar as organizações internacionais a trabalhar “para que a água seja patrimônio de todos, seja melhor distribuída e seja gerenciada de forma sustentável e racional”, o papa Francisco disse que este dia deve “servir como um lembrete de que a cultura do descarte deve ser incisivamente combatida por ações baseadas na cooperação responsável e leal de todos. Nosso mundo é muito interdependente e não pode se dar ao luxo de ser dividido em blocos de países que promovem seus interesses de forma espúria e tendenciosa”.

Francisco lamentou a “escandalosa polarização das relações internacionais devido às crises e aos confrontos existentes. Enormes recursos financeiros e tecnologias inovadoras que poderiam ser usados para tornar a água uma fonte de vida e progresso para todos estão sendo desviados para a produção e o comércio de armas”.

“Nunca antes foi tão urgente tornarmo-nos promotores do diálogo e arquitetos da paz. A Igreja não se cansa de semear os valores que construirão uma civilização que encontra no amor, no respeito mútuo e na ajuda recíproca uma bússola para guiar seus passos, voltando-se sobretudo para os irmãos e irmãs que mais sofrem, como os famintos e os sedentos”, concluiu.

 

 

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