Notícias

16.05.2017

Sexto Domingo da Páscoa


(At,5-8.14-17 / Sl 65 / 1Pd 3,15-18 / Jo 14,15-21)

 

Guardar os mandamentos - A obra do Paráclito - A Alegria do Evangelho

 

Na liturgia deste sexto domingo da páscoa é apresentada em todas as leituras, com maior ou menor clareza a presença, ação e vigor do Espírito Santo. No evangelho a primeira e última palavra de Jesus se dirige à atenção em guardar, conservar viva a sua Palavra, os seus mandamentos. O Paráclito prometido é a garantia dada pelo Senhor aos seus discípulos de que eles jamais estariam sozinhos, mas sempre acompanhados pela força do alto. Na pregação de Felipe no território da Samaria, lugar marcado por dificuldades com a comunidade judáica, expressa a força e o vigor do Evangelho, ao mesmo tempo que manifesta a alegria provocada quando o mesmo é acolhido.

 

O evangelho deste domingo tem seu início e conclusão como uma palavra de Jesus dirigida aos seus discípulos, um convite claro a que guardassem os seus mandamentos. A expressão utilizada por Jesus, somada ao verbo guardar, se relaciona diretamente à sua Palavra, isto é, àquilo que ele comunicou aos seus discípulos de mais preciso, tornando-os seus seguidores. Isto é, algo que na Primeira Carta de João é apresentado de modo bastante catequético, quando o autor diz: "este é o mandamento: crer no nome do seu Filho Jesus Cristo e amar-nos uns aos outros" (IJo 3,23-24). Desse modo, diante da comunidade dos discípulos são apresentados dois pontos fundamentais dentro do seguimento de Jesus, ou seja: crer no Filho e amar o próximo. Quando estes dois pontos são colocados no dia a dia da comunidade e na vida dos discípulos, se compreende que não são abstratos ou estéreis, mas concretos e necessários, fecundos e urgentes. A fé na pessoa de Jesus é uma relação de total confiança e abandono, a base de uma vida fundada na certeza do cuidado de Deus e de sua presença sempre constantes. No que diz respeito ao amor ao próximo, o mandamentos do amor se relaciona diretamente àquilo que movia o coração do próprio Jesus. Segundo Paulo aos Filipenses, significa ter os mesmos sentimentos que moviam Cristo Jesus, em sua kenose, ou abaixamento na encarnação, até a sua entrega total na cruz. Sendo assim, os discípulos do Senhor são convidados a fortalecer a sua relação de confiança na presença e cuidado divinos e amadurecer o seu amor pelos irmãos, na escola do amor misericordioso e compassivo de Cristo. Desse modo, os discípulos seriam capazes de guardar os mandamentos e viverem iluminados pelos mesmos no dia a dia da vida. Pela vivência da fé e pela graça de Deus se tornariam sinais de um amor maior que vai ao encontro do próximo, servindo e oferecendo a vida para que os outros tenham vida.

 

O texto do evangelho se encontra entre os discursos de despedida de Jesus, antes de se dirigir à Jerusalém a sua hora máxima da cruz. Neste diálogo com os seus, Jesus lhes comunica a radicalidade da separação e de suas consequências, ao mesmo tempo que as ilumina pela verdade do dom do Espírito, o Paráclito. O autor do evangelho ao descrever essa situação de separação e despedidas, evoca a figura do órfão, isto é, alguém sem pai, sem raízes, sem estabilidade e sem seguranças. Neste contexto, sob a solidão que tal figura expressa, a palavra de Jesus sobre a vinda do Paráclito é iluminadora e faz nascer, no coração dos discípulos, uma esperança cheia de imortalidade. O termo grego do qual é derivada a palavra Paráclito significa literalmente: "chamar para próximo", ou até mesmo "chamar junto". Isto significa que o Paráclito é aquele que, no momento da necessidade, se coloca junto ao necessitado, se coloca ao lado do que está fraco, defende aquele que se encontra em situação de fraqueza e debilidade. Desse modo, se expressa de claramente qual seria a obra do Paráclito junto dos discípulos, isto é, estar próximo dos mesmos, quando lhes é pedido o que é essencial no caminho do discipulado missionário, na vivência cristã: crer no Filho e amar o próximo.  Algo que soa difícil e árduo de se conseguir, já que a comunidade se sentia sozinha na tarefa deixada pelo Mestre. Não é sem razão que o texto da liturgia deste domingo segue o do domingo anterior quando Jesus inicia o seu discurso convidando os seus discípulos a terem confiança e não se perturbarem o coração (Jo 14,1). Neste contexto o Paráclito é apresentado em uma de suas mais importantes missões junto dos discípulos, ou seja, assegurar aos mesmos, muitas vezes incapazes de se manterem fieis e seguirem os mandamentos do amor segundo o coração de Cristo, a força e constância necessárias para tal. Desse modo, sabendo das incertezas e fragilidades de cada um, o Senhor lhes confia uma ajuda necessária, com a qual todos podiam contar. Nenhum discípulo está sozinho em seu caminho de seguimento, na profissão de fé e na missão de amar o próximo, pois o Paráclito se coloca sempre ao lado, se coloca junto, faz o caminho com aquele que a ele se confia.

 

A comunidade dos discípulos, marcada pela presença do Senhor e de sua ressurreição, assegurada no caminho pela presença do Paráclito é enviada em missão. A primeira leitura é o relato claro dessa comunidade que deixa pra traz os limites da segurança de Jerusalém e vai na direção da Samaria, na certeza da companhia e ação do Espírito Santo. As relações entre os judeus e os samaritanos não eram as melhores, ser chamado de samaritano para um judeu era considerado um insulto, ainda assim a missão de Felipe o dirige para essa região. O aspecto mais singular e importante do relato é o fato de que a palavra de Felipe tenha sido escutada e acolhida,  sendo ele responsável pelo trabalho da caridade, torna-se junto aos samaritanos portador da alegria do Evangelho. A sua ação missionária junto aos samaritanos repete a missão de Jesus, por sua palavra e grandes obras ele comunica aos irmãos da Samaria a força e alegria do Evangelho de Jesus Cristo. Ele está entre os irmãos enviado pela Igreja, algo que é confirmado depois, no próprio relato pela presença de Pedro e João. A obra missionária por ele realizada comunica aos irmãos a salvação e a força libertadora do Evangelho, a alegria que enche o coração dos samaritanos é fruto da acolhida dessa graça a eles gratuitamente oferecida. Nos passos de Felipe a Igreja é convidada a se tornar também hoje portadora dessa graça presente no anúncio do Evangelho. Comunicar por meio de palavras e obras o vigor de Cristo Ressuscitado, de modo que todos os que o acolherem sejam inundados pela alegria própria dos discípulos missionários. Na verdade, toda a liturgia deste domingo ressalta que o vigor da comunidade dos discípulos missionários, seja na constância da vivência do mandamento do amor, seja na missão, provém da presença viva do Paráclito. É ele que mantém viva a chama da Palavra de Jesus no coração de seus discípulos fazendo com que os mesmos se recordem de jamais estarão sozinhos diante dos desafios próprios que a missão apresenta.

 

Que a liturgia deste sexto domingo da Páscoa apresente a todos a figura do Paráclito como o sustento do caminho de fé e da vivência do amor fraterno junto à comunidade dos discípulos. A fim de que, sustentados por tamanho auxílio, todos sejam fiéis e observem com constância e diligência o mandamento o Senhor. Sejam também vigorosos na missão de anunciar a Alegria do Evangelho, fruto da acolhida de Cristo e de sua obra salvadora. Desse modo, a comunidade que celebra a presença do Ressuscitado participará e viverá a mesma experiência dos primeiros discípulos, que agiam segundo a força e impulso do Espírito Santo e levavam a todos a força transformadora do Evangelho.  

 

Pe Andherson Franklin Lustoza de Souza

 

 

19/05/2017 - Pregando o Evangelho

Diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES) Sou pastor e fiz o curso Pregador Completo que vem me ajudando na divulgação da palavra de Deus! Se deseja preparar sermões sem complicação, você precisa saber o que está no Kit Pregador Completo. Uso e Recomendo a Amigos! Acesse https://goo.gl/bq3yhH e Saiba Mais Pregando o Evangelho https://goo.gl/bq3yhH


Mais Notícias